terça-feira, março 24, 2015

OPINIÃO: NÓS TEMOS O CONTROLE REMOTO


As minhas crônicas políticas (apesar de não atingir um público numeroso e ávido por ler as minhas narrativas curtas e subjetivas) é uma forma que tenho de interagir com o meu ínfimo público cultural, que tem uma montanha como divisor de águas. De um lado, uns que dizem que sou realista, verdadeiro, imparcial, do outro, uns que usam as armas mais sórdidas para me atingir, murmuram, lamentam, me enxergam a serviço da parcialidade partidária. Isso é bem normal na imprensa. Não é normal para os que não gostam de crítica, mas habitual para quem sabe conviver com a liberdade de expressão. Sem censura.
Muito bem!
O tema que me traz para enfatizar a discussão, e que tem até partidarizado o debate, é a tão poderosa Rede Globo de Televisão, especificamente a nova trama da emissora “BABILÔNIA”, que logo no primeiro capítulo teve como polêmica um beijo gay entre duas senhoras maduras. 
As polêmicas sempre existiram para que a sociedade acompanhasse e aceitassem as mudanças no comportamento humano. Foi difícil aceitar o topless e em boa parte do mundo ainda é tabu. Foi difícil aceitar o empregado pegando o elevador social do prédio onde trabalhava e isso posso afirmar que, quando minha mãe era doméstica, não podíamos frequentar a casa dos patrões, e quando isso acontecia (aqui em Araripina), tínhamos que rodear a casa para não circular por dentro dela. Só podíamos ficar no espaço reservado para os empregados. Ficávamos encolhidos num canto de parede, com medo do tão temido patrão da nossa mãe, e escondendo um pouco a “feiura”, devido aos maus-tratos que à época nos trouxe, com privação de quase tudo, desde as vestimentas, ao mais simples prato de comida. E digo com certeza, essa prática ainda está em vigor.
Isso não nos causa repulsa?
Até a guitarra elétrica foi alvo de preconceito.
E evidente que não vou querer aqui causar cansaço ao meu leitor, falando das transformações que mudaram a nossa forma de viver, de enxergar, de diversificar o convívio humano, e não quero de maneira alguma fazer apologia ao que todos imaginam ferir a integridade da família.
Ora, quantos padres pedófilos não estão pregando a palavra do senhor? Quantos maridos violentos comportamentais são vistos na nossa sociedade como sinônimo de bom pai e bom esposo? Quantos corruptos não afanam o dinheiro que deviam diminuir a pobreza neste país, são aplaudidos em seus discursos por multidões, e são sempre eleitos? E quantos representantes da justiça são pegos fazendo o contrário do que deviam praticar para melhorar a qualidade e o convívio de uma sociedade que devia ser justa e igualitária?
Continuamos escravos de um sistema segregacionista, que separa rico dos pobres, e me vem um parlamentar (rico por sinal), falar em defender a família. Só se for a sua.
Prestem bem atenção, e só para efeito de comparação: não estou defendendo aqui a Globo, só estou tentando mostrar que dessa bandidagem praticada por bandidos de colarinho branco, que desses nem com o voto consciente conseguindo nos livras, contra a tão poderosa rede de televisão do plim plim,  aí, sim nós temos uma arma.
Antes de dizer a vocês qual é essa arma, que faz mais de dois anos que a tenho usado contra a temível Globo, por abominar Big Brother, Babilônia, Luciano Huck, Regina Casé, Suzana Vieira e outras aberrações globais, quero só citar outros exemplos de que continuamos reféns das coisas esdrúxulas e partidarizando uma opinião que não é subjetiva, mas seguimos a linha de Maria-vai com-as-outras.
Por exemplo, Gugu Liberato voltou a TV e logo no primeiro programa apresentou uma entrevista com as revelações de Suzane Von Richthofen, aquela que enquanto o namorado matava os pais a paulada, ela escutava música numa intensidade de som que não lhe permitia ouvir os gritos. Sadomasoquismo? Essa aberração humana, e  que aliás, se casou com uma parceira de cela, não apareceu na Globo. Foi na Rede Record, e teve uma audiência estrondosa. Não vi ninguém protestar.
Ibope para o Gugu e mais dinheiro na sua conta.
O Pânico na TV (da Bandeirante), a Fazenda (da TV Record), Casa dos Artistas (no SBT), que são programas da TV Aberta, também são aberrações que devem entrar na nossa lista de protestos, se quiser incluir o Ratinho, o Gugu, a Xuxa e outras deformidades televisas, fiquem à vontade.
Outra coisa, nós que fazemos jornalismo (eu não gosto de me incluir nesta lista), adoramos postar imagens de pessoas acidentadas (braços mutilados, cabeças decepadas...) e isso também não nos causa repulsa?
Enquanto queremos tirar o ibope da Globo, adoramos nos gabar dos milhares de acessos que a postagem da garota que teve a garganta cortada pelo marido nos agraciou. Nessa hora, só se pensa nas vantagens e nunca na integridade da família.
Outro bom exemplo é a TV por assinatura que fazemos para nos livrar da mesmice da Globo. Só que a maioria dos canais tem a marca da rede globo e os filmes e programas do sistema, apresentam também em sua maioria a tarja de censura para 16 anos, o que traz em sua programação, muita violência e sexo a vontade. Quando querem diversificar para a maioridade, aí, uma senha vira opção.
Então, só se livrar da Rede Globo, e trazer o debate para o campo político partidário, não vai resolver as questões que devem envolver a família, até porque, parte do que é propagado na televisão, ao vivo, presenciamos nas praças, nas ruas, em cada esquina deste país.
O debate sim, do qual acho importante, deve iniciar no seio familiar, com educação, orientações e regras que mostram uma realidade de uma sociedade “viva”, porque não podemos e nem vivemos envolto em uma redoma de virtudes, de onde os valores serão preservados e essa é realidade inequívoca. Então viver a vida real a tentar devanear, é muito mais coerente e verdadeiro.
Quanto à arma que você pode usar, sempre com pilhas funcionando e novas, é o SEU CONTROLE REMOTO.
Além do mais a Globo não precisa ser censurada (isso é outra aberração), ela simplesmente não precisa de você como expectador.
Pronto. Culpar a Rede Globo, Rede Record ou outra qualquer, é tentar se enganar com aquilo que só você tem o controle.
Boa Leitura

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